Dizem que o útero é a maior escola que um ser humano pode ter, o espaço onde tudo começa. Lá, envolvidos pelas águas quentes e banhados pelas sensações e sentimentos da mãe, é onde aprendemos a ser, a sentir, a decodificar o mundo.
Os primeiros imprints que recebemos como bebês, vêm através das lentes que as nossas mães recebem e processam a vida. E por que essa primeira escola é tão fundamental para a formação?
Porque é lá que iniciamos a nossa relação com tudo. É onde recebemos todas as vivências das nossas mães e onde as raízes de funcionamento mental e emocional começam a se formar. É lá também que os padrões de comportamento se iniciam, assim como a maneira de enxergar o mundo.
Se durante a gestação, a mãe recebe o mundo de maneira difícil e pesada, se a negatividade e o medo são as grandes forças presentes em seu universo interno, qual é a informação base que seu bebê recebe e leva adiante? Que o mundo é perigoso, que é preciso se proteger!
E qual a consequência de ser gestado com medo e sensação de perigo? Uma grande falta de confiança na vida, que faz com que sempre, em qualquer circunstância, seu padrão de funcionamento seja muito mais centrado no medo do que na fluidez e na leveza. E uma vida centrada em medo não é boa para ninguém.
E se, ao contrário, a mãe puder se abrir para viver a gestação de forma leve, feliz e cheia de confiança? E se ela tiver consciência da importância das suas próprias experiências para a construção do futuro do seu bebê? Se ela puder escolher estar em comunhão com a natureza, respirar ar puro, ter vivências engrandecedoras?
Certamente a experiência desse bebê será diferente. Em vez de medo e insegurança, um bebê gestado com leveza vai chegar na vida com muito mais coragem e confiança. Ele aprendeu, desde o seu início mais profundo que a vida é uma dança, que é seguro viver e que os dias podem ser desfrutados e não apenas sobrevividos.
É por isso que apoiar o início da vida de um ser humano é tarefa importante não apenas para quem trabalha com isso. O apoio, o cuidado e o respeito à gestante deveriam ser tarefas de todos os seres, como investimento no futuro da humanidade. Cuidar, amar, respeitar quem gesta é um ato de amor a toda a humanidade.
Quanto mais mulheres tranquilas, seguras e de bem com a existência, gestando bebês em confiança, aconchego e nutrição, mais conseguiremos criar novas gerações de paz e isso é a pura evolução.
A Autora
Bella Ramjeet é mãe, jornalista, terapeuta, professora de yoga e mentora de mulheres. Trabalha há mais de dez anos com famílias gestantes e tentantes no propósito de fazer do início da vida uma fase de profunda paz e harmonia. Acredita que cuidando do começo é possível transformar todo o resto.
Instagram: @bellaramjeet
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